Sato se irrita profundamente ao
perceber que Luke havia lhe dado aquele soco.
Ele diz que não descansaria até vê-lo morto e se prepara para atacá-lo.
Karen grita e Sato para misteriosamente. Mas não era por causa dela. Uma
estranha presença é sentida por todos e um homem surge dentro do armazém. Os
membros do Dark4 mostram reverência a ele se apoiando com um joelho no chão e
abaixando a cabeça. Ele tinha cabelos
grisalhos, um pouco de barba em pontos específicos e estava vestido com um
terno muito elegante.
— Finalmente esse momento
chegou, jovens herdeiros...
— Quem é você? — pergunta Luke.
— Gerard. O mestre do Dark4, os
futuros herdeiros alfa.
— Mestre, estávamos quase
eliminando os alvos e — Sabrina é então interrompida.
— Demoraram demais! Os quatro já
deveriam estar em nossas mãos!
— Perdão, mestre! Nós vamos
finalizar o serviço agora — responde Sato já acendendo chamas negras em suas
mãos.
O homem que havia acabado de
gritar, entra no armazém. Era Marco. Ele e Gerard se encaram com olhares tensos.
Marco percebe que Max estava desmaiado ,vai até onde ele está e o segura.
—Gerard, seu maldito! Nunca vou
te perdoar caso algo aconteça com esse garoto!
— Então quer dizer que esse é o
neto do Acquazzi? Acho que é tão fraco quanto o avô patético dele, já está até
desmaiado.
— Cale-se! Eu não acredito que
você levou aquela ideia adiante! O que são esses garotos que você criou?
— Que pergunta mais boba. Você
sabe melhor do que ninguém o que eu pretendo fazer e sabe que esses quatro
garotos que você diz serem os herdeiros alfa nem chegam aos pés dos meus.
— Você sabe que não tem essa de
chegar aos pés ou não. Eles nasceram com a herança. Você pode fazer o que
quiser e isso não muda o fato de que esses seus garotos não são e nunca serão
os herdeiros alfa!
— Mestre, posso calar a boca
desse velho? — pergunta Sato.
— Sinto dizer que você não
poderá fazer isso. Ele é bem diferente e eu não quero me meter em uma batalha
desnecessária nesse momento.
Sato fica impressionado ao ver
que o seu mestre estava bem cauteloso. Será que Marco era tão forte assim?
— Aquele dia na escola... Você
já encontrou a primeira parte da chave, não é?
— Caro Acquazzi... Creio que não
lhe devo satisfação desde aquele dia que eu provei que poderia trilhar o
caminho da forma que eu bem entendesse.
— Você fez isso porque quis!
— Não tenho tempo a perder aqui.
Dark4, iremos nos retirar desse recinto imediatamente.
— O quê? Mas o plano não era capturar esses quatro? —
pergunta Sabrina, surpresa e desapontada.
— Vejam só o estado lamentável deles.
Patéticos... Dessa vez eu deixarei que vocês sobrevivam.
— Que “bondade” é essa? Você não
é assim... Com certeza está planejando algo!
— Ponto pra você de novo, velho!
— Quem está chamando de velho,
seu caduco de meia-idade!
— Sete dias. É o tempo que darei
para vocês tentarem enfrentar o meu quarteto novamente. Nós invadiremos um
local público e lá decidiremos isso. Se seus garotos vencerem, serão os
herdeiros alfa. Se os meus vencerem, os seus serão mortos sem piedade alguma. Não
é interessante?
— Esses garotos, inclusive os
seus, não são brinquedos!
— A brincadeira é entre
eles.Acho melhor você conduzi-los para um bom caminho ou perderão facilmente
pros meus jovens. Provaremos quem são os
herdeiros! E nem pensem em não aparecer... As consequências desse ato serão
desastrosas para todos dessa cidade.
Dito isso, Gerard se retira do
local e os membros do Dark4 o seguem. Sato olha para Luke e diz que a hora dele
ainda iria chegar. O garoto tenta ir até ele, porém não se move ao ser tocado
por Karen em seu ombro. Ela estava com o rosto cheio de lágrimas. Alguns
minutos se passaram e todos se mantiveram em silêncio.
Enquanto isso, dentro de uma
limusine, Sato questiona Gerard pela “trégua”.
—Não se apresse! Aqueles garotos
não estão prontos para o plano ainda. Você mesmo viu o quão patéticos eles
estão, então acho bom não me questionar mais. Além disso, não queria me
envolver numa batalha com o Marco agora.
— Certo, mestre.
— Com certeza aquele velho irá
fazer algo a respeito. Excelente— pensa Gerard.
No armazém, o silêncio
continuava, até que Marco finalmente decide conversar com os três, já que Max
ainda estava desmaiado.
—Bem, acho que devo contar mais
algumas coisas a vocês. Notaram bem o nível de diferença deles, não é? Veja só
o estado em que todos os quatro estão. É por isso que eu estou tentando
reuni-los desde um bom tempo. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde algo assim
iria acontecer e queria que estivessem preparados.
— Por que temos que nos envolver
nisso? — pergunta Stephanie com um olhar
de tristeza.
— Desculpe, querida. Deve ser um
choque pra vocês terem que se deparar com a realidade, porém não adianta fugir.
Se não fizerem nada a respeito, o Dark4 matará todos vocês.
— E o que podemos fazer? Eles
são bem fortes... — comenta Karen.
— Vocês também são! Eu já disse
isso ao meu neto várias vezes. A diferença é que vocês não tem técnicas e não
manejam bem os poderes ainda. Aqueles jovens do Dark4 foram treinados por um
bom tempo e tem domínio do que fazem.
— E o que faremos pra conseguir
isso? — pergunta Luke.
— Logo conversarei com vocês a
respeito. Primeiro vamos nos preocupar em curá-los o mais rápido possível.
— Você tem algum tipo de poder
de cura ou algo assim? — pergunta Stephanie.
— Não, quem me dera. O que usarei pra ajudar vocês, são essas
ervas de cura que ainda tenho comigo. Não sei se o efeito ainda funciona, mas
vou torcer pra que dê certo.
Marco retira as ervas do bolso
de sua jaqueta. Pareciam meras plantas normais. Ele a encosta no corpo de Karen
e em questão de segundos a garota se sente melhor. A planta seca e morre. Luke
e Stephanie olham surpresos. Marco faz o mesmo com os dois, que se sentem
renovados. A última ele encosta em Max. Todos observavam o garoto pra ver o que
aconteceria. Stephanie estava preocupada, pois ele não esboçava nenhuma reação.
Max então abre os olhos.
— O – o que aconteceu? O Dark4!
Eles ainda estão aqui? — pergunta Max assustado.
Marco o abraça. Max não entende
bem o que estava acontecendo. Karen pergunta o que eram aquelas ervas e Marco
então explica:
— São ervas muito raras. Eu só
tinha essas quatro e acredito que não existam mais delas. Foram feitas em uma
quantidade limitada em laboratórios da extinta Corporação Gênese.
—O senhor já trabalhou lá? —
pergunta Karen, surpresa.
— Já, por um tempo. Inclusive...
Foi lá onde conheci o Gerard... Mas enfim, vamos nos concentrar ao que
interessa agora. Como eu estava falando, vocês precisam desenvolver técnicas.
Com elas poderão controlar melhor os poderes de vocês. Eu sei que é meio
repentino, mas vocês irão enfrentar o Dark4.
— Enfrentar aqueles monstros?
Isso é loucura! — diz Stephanie.
— Se não derrotarem eles, irão
atrás de vocês para matá-los. A situação é mais séria do que pensam.
— Eu estou empolgado. Quero
chutar a bunda daquele grupo de folgados! — diz Luke.
— Calma, calma. Você viu o quão
forte eles são, não é? Acho melhor ouvirmos o que o vovô tem a dizer — diz Max.
— Tch... O que é que está
dizendo, lesado?
— Mas não pensem que vai ser
fácil adquirir técnicas assim de uma hora pra outra. Não existe uma erva
‘mágica’ pra dar isso a vocês. Terão que treinar duro durante esses sete dias.
— Estou empolgado, vovô! Estava
esperando que o dia do nosso treinamento chegasse!
— Então era sobre isso que você
tentou me dizer aquela vez, não é, Max? — pergunta Karen.
— Sim! Você se achava fraca, mas
pode contar com a minha ajuda também.
Luke e Stephanie olham para essa
situação com um certo desconforto e tentando acabar com esse clima, um deles
decide perguntar:
— Mas e como vamos treinar? Isso
parece tão maluco pra mim. Uma garota como eu, de nível alto, treinando pra uma
batalha? Que absurdo!
—Não se preocupe, garota de
‘nível alto’. Eu conheço parte das técnicas dos antigos herdeiros e posso
ensinar a cada um de vocês. É claro que serão treinos separados, e precisarão
faltar a escola durante os primeiros dias. Agora, venham comigo.
Os quatro então entram no carro
de Marco e saem do centro da cidade. Eles estavam impressionados por estarem
sem ferida alguma. O efeito da erva era incrível. Uma pena é que não existiam
mais delas e na próxima não teriam tanta sorte como dessa vez. Marco leva os
quatro ao seu apartamento. Na sala, havia uma passagem atrás de uma estante. Eles ficam impressionados ao ver o que havia ali dentro.
Enquanto
isso, os mesmos dois homens que estavam espiando tudo de longe da outra vez na
escola, estavam dentro de uma sala escura. Parecia um escritório. Um deles
estava segurando um relógio de bolso. Ele o observa por alguns segundos e
fecha. A parte de fora era de ouro e tinha uma pequena letra N ou M. O outro
homem estava sentado em um sofá e parecia meio entediado.
— O dia que você mais gosta
chegou, não tem nada pra dizer?
— Como se eu me importasse com
isso! Por mim tanto faz!
— Ora... Vinte um... Eu sei que
no fundo você se importa.
— Tch... Você parece ler meus
pensamentos às vezes. Isso me irrita!
— Te conheço melhor do que
ninguém, você sabe disso. Mas enfim... Soube de algo a respeito dos herdeiros
alfa.
— Aquela mulher... Você foi ao
encontro dela outra vez? — pergunta com um tom de irritação.
— Ela veio até mim. E me disse
que a tal da herança está em jogo.
— E o que isso tem a ver?
— Lembra daquela vez que ela
previu que eles estariam em nossa rota? Pois bem... Eles podem ser jogados pra
fora dela, já que podem não sobreviver.
— E isso é ruim? Menos idiotas
em nosso caminho!
— Creio que as coisas ficarão
mais interessantes a partir de agora...
Próximo:
Capítulo 22 – Treinamento Alfa
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