As pessoas ao redor do local
estavam horrorizadas com aquelas palavras e nada entendiam. Karen permanecia
parada e mal conseguia dizer algo. Sam percebe a sua estranha reação e pergunta
se a amiga estava bem.
— Sim... Está tudo bem...
Acho... Ei, Sam! Aqui está muito perigoso e acho melhor nós duas voltarmos pra
nossas casas. Só que eu preciso passar em um lugar primeiro. Volte
imediatamente e depois a gente se fala, certo?
Karen havia corrido para bem
longe dali. Ela se esconde em um beco e liga para Max.
— Alô! Max? Aqui é a Karen! O
Dark4 invadiu o shopping central e estão ameaçando explodir várias bombas caso
não estejamos lá daqui uma hora! O que faremos? — a garota termina a pergunta e
começa a chorar desesperada.
— Calma Karen, não chore. Eu vi
tudo pela TV e todos nós já estamos indo aí te encontrar. Fique bem quietinha e
fale mais ou menos a sua localização.
Karen é encontrada no beco
alguns minutos depois. Luke corre até a garota e tenta acalmá-la. Stephanie
também estava tensa e não conseguia esconder isso. Marco se aproxima de Karen e vê que ela
estava muito triste.
— Querida, fique calma. Tudo bem
que o Gerard nos pegou de surpresa, mas você aprendeu muitas coisas durante
esses dias, certo?
— Sim... Mas estou com medo.
Sinto que ainda estou fraca e despreparada...
— Não diga isso, Karen. O que
conversamos ontem na volta pra casa? Vamos acreditar em nós mesmos agora e
derrotar esses quatro impostores! Você não estará sozinha nessa! Pode contar
comigo — diz Luke.
— E comigo também! — Max aparece
e se aproxima da garota, deixando Luke um pouco irritado — Você é capaz!
— Ei... Eu não estava muito
interessada e por mim nem estaria aqui, mas isso é sério e se ficarmos por
aqui, esses ridículos vão matar muita gente e virão atrás de nós. Não acredito
que estou dizendo isso... Levante-se e
confie mais em si mesma! — diz Stephanie.
— Ora, ora... Até a Stephanie
está dando força... Depois dessa eu me levantava e corria pra dar um abraço
nela se fosse você, Karen — brinca Max.
— Quem é que está dando força o
quê, idiota? E se você viesse me abraçar, ia levar um belo tapa na sua cara —
responde Stephanie.
Karen enxuga suas lágrimas e
sorri. Luke ajuda a garota a se levantar. Alguns minutos se passam e os quatro
já estavam vestidos com roupas especias, criadas por Marco e um comunicador.
Eram justas e de um material bem resistente. Luke comenta que pareciam heróis,
literalmente. A roupa de todos era preta com listras nas laterais representando
a cor do elemento de cada um. Marco então explica tudo.
— Só há uma maneira de entrar no
shopping sem passar por aquela barreira. Eu conheço uma passagem dentro de uma
loja de conveniência aqui perto. Lá vocês atravessarão um túnel no subsolo e
chegarão ao estacionamento. Eu estarei sempre me comunicando com vocês pra
ajudá-los. O Gerard realmente não
cumpriu sua palavra e nos surpreendeu com essa armadilha. Mesmo que não tenham
feito o aperfeiçoamento, acredito que serão capazes! Tomem muito cuidado, dêem
o melhor de si nessa e mostre quem são os herdeiros alfa!
— E como é que sabe de tudo
isso, velhote? — pergunta Luke.
— Criança... Você não tem noção
da quantidade de coisas que eu sei...
Quando estavam saindo do local,
algo inesperado acontece. Samantha aparece e vê todos os quatro. Karen não
sabia o que dizer. A garota corre até a amiga e pergunta o que estava
acontecendo.
— Sam... Eu... Bem, eu gostaria
de poder te contar tudo. Só que nesse momento isso não é possível... Nos
veremos logo e marcaremos outra saída como essa, certo?
— Mas Karen... Eu estou
preocupada com você e...
— Agora a amiguinha vai vir aqui
ficar correndo atrás da outra? Por favor... o nosso tempo é curto! —diz
Stephanie.
— Não se preocupe, Sam. Logo
depois explicaremos melhor. A Karen deve querer falar isso bem mais do que
todos nós. Confie nela e logo entenderá — diz Max.
— Certo... Então quer dizer que
vocês quatro são as pessoas que a voz disse pra entrar dentro do shopping...
Bem, eu não sei o que vão fazer e me parece perigoso, mas acredito que vocês
conseguirão! Boa sorte! Karen, esperarei aqui fora por você e todos os outros —
Sam sorri e se despede com um forte abraço em sua amiga.
— Obrigada! Nos vemos em breve!
Dito isso, os quatro vão até a
loja de conveniência e Marco mostra a eles um elevador dentro da dispensa. Só
era possível descer de dois em dois. Luke e Karen são os primeiros e enquanto
isso, os outros esperavam.
— Como está o seu coração nesse
momento? — Max pergunta a Stephanie.
— Meu coração? Eu sei lá! Estou
nervosa e acho que louca também de estar nessa!
— Que situação mais interessante
essa do elevador. Um casal por vez — provoca Marco.
— Que absurdo! Por acaso você
acha que eu e esse seu neto idiota temos alguma coisa? Sonhe!
— Só brincando pra descontrair
um pouco. Apesar de estarmos em um momento crítico, devemos saber quando manter
o bom humor — responde Marco.
— Vovô... Eu quero... Um abraço
seu agora!
Max abraça o seu avô. Ele
entende os sentimentos do neto e sentia seu coração atravessado por algo ao
imaginar que ele poderia não voltar. O elevador retorna e então os dois entram.
Marco respira fundo e uma lágrima escorre rapidamente em seu rosto. Logo após
isso, se concentra, pois a operação “Vs.Dark4” havia acabado de começar.
Stephanie e Max finalmente
chegam e encontram Luke e Karen. Os quatro começam a caminhar juntos pelo
subsolo escuro e Marco entra em contato para fazer mais um teste de
comunicação. Ele diz a todos para ficarem atentos e não saírem de perto um do
outro. Luke encontra os elevadores e a escada. Marco aconselha a não usar os
elevadores, pois detectou que existem bombas dentro de cada um. Os quatro sobem
as escadas cautelosamente e saem perto dos banheiros. Stephanie têm a sensação
de ouvir alguém ali perto, se assusta e acaba esbarrando em Luke. O garoto
acaba chegando perto demais de Karen por conta disso. Os dois se olham face a
face e ele logo se afasta. Marco pergunta se estava tudo bem e Max confirma que
sim.
Alguns minutos depois e eles
chegam à ala central do shopping. Essa parte tinha um enorme teto de vidro e
era cheia de fontes e plantas. Parecia até uma estufa. O local estava
completamente vazio e assustador. Silêncio total e o clima estava ficando cada
vez mais tenso. De repente, uma risada assustadora é transmitida pelos
auto-falantes do shopping e todos se assustam muito. Os vidros de proteção do
primeiro andar são completamente destruídos e o chão começa a tremer. Luke segura a mão de Karen para que os dois
não se separassem e a garota corresponde segurando muito forte. Ele nota que
ela estava muito nervosa. Max nota que um cipó gigante estava prestes a atacar
os dois. Era tarde demais para avisá-los. O garoto não percebe e é atingido por
um. Ele é então jogado para bem longe. Stephanie sobe as escadas rolantes para
fugir dos tremores e chega ao primeiro andar. Ela conseguia ver Karen e Luke
fugindo dos ataques, mas não sabia onde Max estava. A garota sente uma forte
ventania inversa a puxando para dentro de uma grande loja e só para quando esbarra
numa enorme estante de livros.
Enquanto isso, Luke e Karen
fugiam para o lado inverso. Ele procura uma forma de saírem daquele local e vê
um elevador aberto. Não havia escadas ali e se continuassem ali embaixo,
morreriam. Ele então não vê outra escolha e entra no elevador. Porém, Karen
estava sendo puxada por um cipó.
— Luke... Eu não estou
conseguindo me soltar...!
— Eu vou te ajudar — diz isso e
acende chamas.
Ele tenta jogá-las no cipó, mas
erra a mira. Karen estava sendo puxada com mais força e o garoto já não estava
mais aguentando. O elevador estava prestes a fechar e ainda havia o risco de
ser um dos “premiados” com uma bomba.
Uma risada é ouvida nos alto-falantes do elevador e logo em seguida,
alguém começa a falar.
— O que acha que vai ganhar
puxando essa garota? Ela vai morrer de qualquer jeito... Se você soltá-la...
Ela vai lutar até a morte. Se você continuar segurando-a, eu fecharei o
elevador e ela ficará presa entre as portas.
— Essa voz... Desgraçado! —
grita Luke.
— Decida-se... Estarei te
esperando aqui. Prepare-se para o fim!
Luke não sabia o que fazer. Ele
não queria soltar a mão de Karen de jeito nenhum, porém, o elevador logo
fecharia e ela poderia morrer.
— Luke... Me solta...
— Nunca! Eu disse que estaria do
seu lado, não foi? Não posso fazer algo tão maluco assim!
— Me solta... Por favor!
— Prefiro perder a minha vida do
que fazer isso!
— Me solta! — Karen grita — Eu
não quero que você perca a sua vida! Porque todos nós iremos lutar juntos e
sobreviveremos! Não é por isso que estamos lutando? Então por favor... Me solte
agora. Estou te implorando. Não precisa se sentir culpado... É um desejo meu!
— Karen... — diz Luke totalmente
surpreso.
— Vai ficar tudo bem. Salve a
sua vida. Acho que é a hora de eu enfrentar um dos meus medos. Espero que nos
vejamos logo!
— Não, Karen! — grita Luke.
O elevador faz o sinal que ia se
fechar e Luke acaba soltando Karen. Tudo o que ele podia ver era ela sendo
puxada fortemente para bem longe. O garoto cai de joelhos no chão do elevador,
que subia muito rápido para o último andar.
Stephanie sente uma forte dor e
nota que estava dentro de uma enorme livraria. Ela se levanta, observa o local
e seus olhos mudam de uma expressão cautelosa para irritada assim que ela vê
alguém. Janet estava sentada tomando chá e segurando um livro.
— Ora, ora... Vejo que a minha
convidada é você, plebeia. Não quer tomar um chá?
— Não, obrigada! Não me sento à
mesa com uma desqualificada como você... E não estou aqui para brincar!
— Quanta falta de educação e elegância
— a garota se levanta, fecha o livro e o coloca na mesa — Vejo que está na hora
de ensinar boas maneiras e colocá-la em seu devido lugar!
Próximo:
Capítulo 24 – Sakura do Vento e a Estufa da Morte
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