Atenção! A história a seguir é recomendada para maiores de 16 anos. Contém temas sugestivos, linguagem inapropriada, nudez e violência.
Stephanie e Janet se encaram por
alguns segundos. Nenhuma das duas se movimenta e observavam cautelosamente
qualquer movimento que poderia ser feito. De repente uma das estantes cai na
direção de Stephanie e ela consegue escapar por poucos centímetros.
—Ora, ora... Vejo que a plebeia
está bem mais atenta do que aquela última vez.
— Eu não sou a mesma daquele
dia!
Janet finalmente se movimenta e
desaparece pelas prateleiras da livraria. Stephanie não estava entendendo o que
estava acontecendo e se levanta. Ela então sente uma pancada forte em suas
costas, outra na barriga e logo é empurrada para outra estante. Como ela estava
sendo atacada? Janet não estava ali. A garota mal teve tempo de pensar e já
estava sendo golpeada por algo invisível outra vez.
— Essa garota... Não acredito...
Será que ela tem a capacidade de ficar invisível? — pensa Stephanie — Onde é
que você está, princesinha ridícula? Apareça se quer ter uma luta justa de
mulher pra mulher!
O local continuava silencioso e
nenhum sinal de Janet. Stephanie ouve uma risada e é golpeada. Dessa vez ela
consegue notar que Janet não estava próxima dela. O que estava golpeando-a era
o vento! Ela então ouve a voz da oponente.
—Acho que finalmente percebeu a
nossa diferença de poder. Enquanto você apenas joga vento aleatoriamente, eu
sei usá-lo para fazer o que bem entender com os outros. Esse é o meu ‘Vento di
Controllo’. Não preciso nem encostar as minhas belas e macias mãos no meu
oponente.
—Ei! Agora que ela falou, estou
lembrando de algo que o avô do Max disse durante o treinamento...
Janet surge e faz um gesto como
se estivesse cortando algo no ar. Stephanie sente uma forte dor e ao olhar para
seu braço direito, percebe que ele estava sangrando. Ela se desespera e usa seu
clássico ataque de fortes ventanias. Janet consegue pará-las e repete o ataque
no outro braço. Em seguida empurra a garota pra cima da mesa. Ela mal podia se
mover direito e estava nervosa.
—Que coisa mais estupenda. Não é
nada elegante ficar em cima de uma mesa, porém não temos escolha no momento.
Tem certeza que não quer tomar um chá antes de se despedir?
— Me... Me solta, sua vadia!
— Ora, ora... Que jeito
deselegante de se referir a uma dama como eu.
Janet estava segurando Stephanie pelo pescoço e o aperta.
Seus olhos demonstravam que ela pouco se importava se a garota estava sofrendo
ou não. Stephanie não estava conseguindo usar seu poder.
—Droga! Estou deixando as
emoções do momento me abalarem de novo — pensa — Preciso ficar calma e tentar
usar aquilo que aprendi no treinamento. Não me esforcei e tive que ficar suada
e fedendo a toa durante aqueles dias! E ainda tive que aguentar aqueles três...
— Não está nervosa, plebeia? É
muito triste ter que me despedir desta forma, mas só há espaço para uma
herdeira do vento — Janet então se prepara para fazer com que um corte a atinja
bem no meio do peito — Já terminamos o chá. Volte sempre, querida...
— É o que você pensa!
Janet nota uma forte ventania e
algumas pétalas invadem o local, girando ao redor dela. Como a garota
se distraiu por alguns segundos, Stephanie aproveitou para lhe dar um chute e
consegue se soltar.
— Como fez aquilo? Eram flores
de cerejeira, não? Eu já ganhei uma porção delas do meu pai, mas não é algo
comum aqui. Ora, ora... Interessante!
— Apenas observe, pois por mais
que eu não seja fã disso, quem é herdeira do vento sou eu!
—Acho que a plebeia ainda não entendeu
que o nosso nível de força é bem diferente. Irei oferecer um presente por ter
me feito uma visita. Conhecerá o meu tufão negro.
Uma forte ventania negra surge
ao redor de Janet. Stephanie estava espantada. Parecia um tufão só que em um
tamanho menor. Aquela era a hora dela usar a técnica que aprendeu. Enquanto
Janet estava concentrada aumentando o tamanho do tufão, ela então começa a se
movimentar e a dançar em estilo clássico de ballet. Janet não entende o que a
garota estava fazendo e continuava se preparando para atacar. Tornados com
pétalas das flores surgem por toda livraria. Stephanie gira e dança livremente
enquanto dizia algumas palavras:
— Enquanto a vida ainda
florescer dentro de mim... Eu, herdeira do vento... Jamais me darei por vencida
e cumprirei o meu papel... Com esses passos e essa envolvente dança... Vento!
Me entregue a sua força! Dança da Sakura do Vento!
Janet faz um simples gesto e o tufão negro se movimenta na
direção de Stephanie. Ela fica na ponta dos pés e levanta os braços. Os seus
tornados se chocam com o tufão e em apenas poucos segundos, tudo termina em uma
forte ventania pros dois lados e a livraria completamente bagunçada e destruída.
As duas estavam de pé.
— Que tipo de poder... É esse? O
de um verdadeiro herdeiro alfa? — pergunta Janet e cai — Eu só queria... Estar
mais próxima de você... Vovó — A garota então desmaia.
Stephanie sorri. Ela estava
machucada, pois também havia sido atingida pelo tufão. A garota se sente tonta,
cai de joelhos e logo depois desmaia também.
Enquanto isso,um pouco longe dali, Karen abre os olhos. Ela
estava meio tonta ainda, mas nota que estava em um local familiar. Era a parte
central do shopping. Não havia mais tremores e ela se lembra de Luke. Sua
primeira reação foi a de tentar se levantar e correr para procurá-lo... Mas foi
só tentar, porque a garota estava presa por vários cipós! Ela ouve uma risada
familiar e a dona dela aparece.
— Sabrina!
— Não acredito que vou ter que
acabar com você. Vai ser tão fácil que nem tem graça... E eu querendo dar um
jeito naquele garoto pervertido. Pelo menos eu teria um pouco mais de
desafio...
— Eu...Eu... —tentava se soltar
e falar ao mesmo tempo — Eu... Eu vou lutar contra você!
Sabrina demonstra uma expressão
de arrogância e começa a rir sem parar.
— Você? Lutar contra mim? Uma
garota que só sabe usar plantas como escudo? Não seja patética! E ainda tem a
cara de pau de dizer que é uma herdeira alfa! Se eu fosse você, teria me matado
pra evitar tanta vergonha.
Karen fica profundamente tensa e
abalada com a situação. Toda a
autoconfiança que ela tinha adquirido estava desaparecendo. Não seria melhor se
entregar de uma vez por todas? A garota dessa vez não abaixa a cabeça e
responde.
— Eu passei toda a minha vida
sendo manipulada pelos comentários dos outros...Eu realmente levava aquilo pra
mim e deixava de fazer tudo! Depois que eu conheci novas pessoas aqui, eu sinto
que estou mudando. Talvez você conseguiria o que quisesse há algum tempo atrás,
mas hoje... Eu... Eu... Eu agirei diferente!
Dito isso, Karen consegue
controlar os cipós e os corta. Sabrina se surpreende, mas não muda seu olhar
arrogante. Karen fecha os olhos e faz alguns gestos com as mãos.
—Festival delle Piante!
Várias plantas e árvores surgem
no local. Karen usava o poder da imaginação para criar tudo aquilo. As folhas
se tornam rígidas como rochas e voam na direção de Sabrina. A vilã consegue se
desviar de algumas, porém é atingida por outras. Karen não estava com a técnica
totalmente aprimorada, mas fazia o seu melhor. Ela precisava de muita
concentração. Logo em seguida, ela coloca as mãos no chão. A terra começa a
tremer. A garota já estava em seu limite, pois isso consumia muita energia.
Sabrina não estava entendendo nada e é surpreendentemente atingida por uma
grande rocha, similar á uma minúscula montanha, que surge do chão e cai
desmaiada e aparentemente derrotada. Karen não estava acreditando no que estava
presenciando. Ela então se movimenta na direção das escadas.
— Luke! Estou indo! Quero logo
me juntar a você e aos outros — pensa a garota.
Ao passar por Sabrina, ela sente algo. Uma mão estava agarrando
sua perna direita.
—Só brincando! — responde
Sabrina que puxa Karen e se levanta imediatamente.
— O quê? — pergunta Karen,
surpresa.
— Então esse é todo o poder que
você tem? Confesso que as técnicas não são ruins. Mas... A sua falta de força é
que não faz com que elas tenham muito efeito. Agora que já bancou a heróina, é
a vez da vilã mostrar as técnicas dela!
— Não! — Karen grita e uma
enorme barreira de troncos a protege.
— Acha que isso vai te ajudar em
alguma coisa? Você está no meu território... Conheça agora, a Estufa da Morte!
O chão começa a tremer e plantas
horrendas surgem ao redor da barreira de Karen. Com o forte tremor, ela é
destruída e os cipós de todas as plantas agarram Karen em tudo quanto era parte
do corpo. A garota tenta usar sua técnica ligada a imaginação, porém não tinha
mais energia pra nada e mal conseguia pensar. Sabrina ri e faz com que as
plantas a apertassem o máximo. A garota estava
sentindo muita dor. Karen é levantada até o alto e chicoteada por cipós com
espinhos. Sabrina estava empolgada com o que via. Sangue e dor. Ela imita a
técnica da ‘montanha’, porém com uma bem maior que atinge a pobre garota em
cheio. Uma lágrima escorre rapidamente
no rosto de Karen enquanto ela cai do alto. Ao chegar no chão, fecha os olhos
instantaneamente e parecia não estar mais respirando. Sabrina ri e diz:
— Até que enfim! Sou a
verdadeira herdeira alfa da terra! Até nunca mais Karen Mattos! — e continuava
gargalhando sem parar.
Enquanto isso, não muito longe dali, estava
Max. Ele sente uma gota pingar em seu rosto e acorda. Estava num local escuro e
deitado no chão que estava todo molhado. Ele se levanta e vê que estava no
subsolo. O garoto decide caminhar para encontrar uma saída dali e vê uma enorme
auto-escola e uma concessionária de carros. Eram locais muito grandes, mas
estavam meio alagados. É como se algum cano tivesse estourado ali por perto.
Era possível até ouvir o som da água jorrando. Ele passa por um carro e tem a
impressão de ouvir algo, porém não dá muita importância e segue. Realmente
havia alguém ali atrás. Era Tony. Pela primeira vez, o garoto sorri e de forma
macabra, como se estivesse prestes a fazer algo terrível.
Próximo:
Capítulo 25 – Águas do Yamada
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